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Os pobres pagam mais impostos no Brasil

Os pobres pagam mais impostos no Brasil

A reforma tributária é uma luta democrática. A lógica de tributação no país deve mudar do consumo para a renda: quem ganha mais paga mais, quem ganha menos paga menos. Isso significa justiça fiscal. Por isso, é progressiva a proposta do governo Lula de isenção de Imposto de Renda (IR) até quem ganha 5.000,00 reais e começar a taxar os mais ricos. Mas, as classes dominantes não querem. É hora dep  pressionar as direções sindicais e os partidos de esquerda para organizarem grandes mobilizações.

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A imagem abaixo, produzida pelo Instituo de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pela Agência Senado, traz um exemplo claro de que o peso da tributação sobre os mais pobres é muito maior do que para os mais ricos. Na comparação estão uma diarista com renda de R$ 2.200 e um gerente que ganha R$ 16.500. Na compra de um celular de R$ 1.000, a diarista compromete 18% de sua renda com os impostos enquanto que para o gerente a tributação representa apenas 2,5% de sua renda.

 

 

É de interesse dos trabalhadores e trabalhadoras:

- mudar a prioridade de cobrança, focando em patrimônio e renda e não no consumo;

- corrigir a tabela do imposto de renda aumentando o valor de isenção e ampliando as faixas de tributação, tornando-a progressiva. Ou seja, alíquotas maiores para quem ganha mais e isenção para quem ganha menos. O ideal é que que ganha até R$ 5 mil não pague imposto sobre a renda;

- tributar lucros e dividendos: atualmente, a maior parte da renda dos mais ricos vem dessas fontes, ou seja, de suas empresas e negócios. Essa renda ainda é isenta de imposto. Um trabalhador que ganha R$ 2.112,01 (piso da tabela do IR) é obrigado a pagar o imposto de renda. Já um grande empresário, banqueiro ou investidor que recebe R$ 1 milhão de lucro não paga sequer um centavo de imposto de renda sobre esse lucro ou dividendo.

- tributar remessas de lucros ao exterior: da mesma forma que lucros e dividendos não são tributados no país, os mais ricos também não pagam impostos quando rementem esses valores ao exterior. O Brasil é o único país do mundo onde isso é permitido.

- tributar grandes fortunas: No Brasil, poucas pessoas têm muito dinheiro e a grande maioria não tem quase nada. Dados da Receita Federal mostram que os super-ricos no Brasil acumulam renda média com valores bilionários. O 1% mais rico possui fortuna média de R$ 4,6 milhões. Outra fatia desse segmento, 0,1% dos brasileiros, possui R$ 26,2 milhões. E, outra parte, 0,01% dos brasileiros mais ricos possui fortuna média R$ 151,5 milhões.

- tributar os bens supérfluos e de luxo: para reduzir a regressividade da tributação indireta, aumentar alíquotas dos tributos que incidem sobre itens supérfluos ou de luxo como joias, perfumes, viagens, dando margem para redução de impostos sobre serviços como transporte, contas de água e luz, remédios, entre outros, sobre os quais também incidem impostos sobre consumo.

Por isso, é progressiva a proposta do governo Lula de isenção de Imposto de Renda até quem ganha 5.000,00 reais e começar a taxar os mais ricos. Mas, as classes dominantes não querem. É hora dep  pressionar as direções sindicais e os partidos de esquerda para organizarem grandes mobilizações. Que os milionários paguem o que devem!

 

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