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MANIFESTO DO GRUPO EMANCIPAÇÃO DO TRABALHO

MANIFESTO DO GRUPO EMANCIPAÇÃO DO TRABALHO

É preciso construir células comunistas nos locais de trabalho, estudo e moradia para conscientizar, organizar e mobilizar nossas lutas pelo socialismo. O futuro pertence aos trabalhadores e trabalhadoras!!!!!!!

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MANIFESTO 

GRUPO EMANCIPAÇÃO DO TRABALHO

Os comunistas [...] são, por um lado, praticamente, a seção mais avançada e resoluta dos partidos da classe trabalhadora de cada país, aquela seção que impulsiona todas as outras; por outro lado, teoricamente, eles têm sobre a grande massa do proletariado a vantagem de compreender claramente a linha de marcha, as condições e os resultados gerais finais do movimento proletário.

Manifesto do Partido Comunista, 1848

O que fazer na decadência do sistema imperialista e na ascensão do neofascismo?

1. O imperialismo é a fase superior do capitalismo. Assim, o centro da luta de classes é o combate ao imperialismo e por isso foi a luta pela libertação nacional o ponto de partida de todas as revoluções sociais do pós-guerra. Essa orientação não exclui a luta em cada local de trabalho e país contra as burguesias internas e seus governos pela revolução socialista.

2. Ao final da segunda guerra mundial, o imperialismo estabeleceu um sistema interno, dirigido pelos EUA, com sua hierarquia, instituições e mecanismos de controle global. A partir das décadas de 70-80, para conter a queda tendencial da taxa de lucros, o sistema imperialista passou a realizar ajustes neoliberais, sobrevalorizar o dólar, financeirizando cada vez mais as economias ocidentais e industrializando parte da economia asiática, sobretudo a chinesa. Esse processo gerou uma alta lucratividade financeira, um vicioso parasitismo especulativo e dependência produtiva e mercantil do ocidente em relação a República Popular da China, dando um salto em sua crise a partir de 2008, o que favoreceu a ascensão da China e seus aliados no mercado mundial. Para evitar essa ultrapassagem, o sistema imperialista deu início a uma nova guerra fria. Dessa vez, entre o sistema imperialista e a aliança de países oprimidos que tem como referência os BRICS. 

3. Apesar da nova onda de golpes de Estado, guerras híbridas e reinvenção do nazifascismo no século XXI, o sistema imperialista vem perdendo espaço político, econômico e entrando em crises internas. O que Trump vem fazendo agora é tentar reverter a perda de hegemonia tecnológica e a dependência produtiva do mercado mundial com a China, gerada pela financeirização, com uma guerra tarifária, que implode o sistema imperialista para salvar individualmente a economia dos EUA. O governo dos bilionários também acentuou a guerra de classes interna, demitindo mais de seis mil funcionários, destruindo o que resta das políticas sociais do estado, expulsando os trabalhadores imigrantes, gerando mais miséria e concentração de capitais, um caos aparentemente orientado para a conversão do estado imperialista em eugenista e neofascista. Tanto na política externa quanto na interna, a probabilidade dois tiros saírem pela culatra é muito alta, empurrando economicamente a Europa para a China e favorecendo as lutas sociais, o ódio de classe e a organização política do proletariado estadunidense para um salto de qualidade na superação da influência do imperialismo democrata.

4. Desde o início da nova guerra fria, os comunistas não se confundem com os pacifistas liberais e menos ainda com uma ala de esquerda do imperialismo contra o eixo da resistência. É preciso estar ao lado da Rússia, da China, do Irã, do Iêmen, da Coreia do Norte, da Venezuela, de Cuba e da Palestina (vanguarda mundial da disputa entre a resistência dos povos oprimidos e Israel, a expressão mais avançada do neonazismo imperialista hoje) contra toda e qualquer ofensiva do imperialismo decadente.

5. A tarefa dos trabalhadores conscientes na atual conjuntura internacional reside em recorrer a todos os meios, todos os instrumentos políticos, todas as frentes entre os países oprimidos, estimular todas as contradições úteis para acelerar o declínio do sistema imperialista edificado após a segunda guerra mundial. Do mesmo modo, a recorrer a todas as frentes únicas entre os oprimidos para evitar que o neofascismo neoliberal se alce como alternativa aos governos liberais decadentes.

6. O Grupo Emancipação do Trabalho (GET) defende a mobilização e organização da classe trabalhadora contra o capitalismo e suas medidas neoliberais. O GET apoia toda e qualquer ação ou medida anti-imperialista onde quer que ocorra. O GET defende os governos progressistas (Brasil, Nicarágua, Venezuela, Bolívia) contra os golpes de extrema direita. Ao mesmo tempo, o GET reivindica a frente única contra o imperialismo e o fascismo contemporâneo, exigindo dos governos que atendam as reivindicações imediatas e transitórias da classe trabalhadora.

As tarefas da classe trabalhadora no Brasil

7. A vitória de Lula sobre Bolsonaro nas eleições presidenciais de 2022 foi uma grande demonstração da consciência de classe dos trabalhadores brasileiros e de mobilização antifascista. Foi uma grande surpresa para quem não acreditava mais na força da classe trabalhadora. Mas, a despolarização e a não mobilização dos trabalhadores nas ruas para esmagar e anular as forças bolsonaristas favorece a volta da extrema direita ao governo. Enquanto isso, o governo Lula, que mesmo sendo reformista é odiado pelo imperialismo e pelo capital financeiro, segue mantendo políticas de acumulação de capital contra a classe trabalhadora: privatizações, juros altos, arcabouço fiscal e endividamento. Além da crença na aliança estratégica com os setores democráticos das classes dominantes (frente ampla) para a conquista de algumas reformas superficiais. O que está levando ao isolamento do governo Lula e ao fortalecimento da extrema direita.

8. Atualmente, pressionado pela queda da popularidade, o governo vem fazendo gestos importantes como a isenção do imposto de renda para quem recebe até cinco mil reais, faixa em que se encontram 95% da população trabalhadora brasileira. Também foi importante o massivo ato de 30 de março, em São Paulo, contra a anistia para os golpistas no sentido da reconquista das ruas. Mas, até agora, são apenas gestos espasmódicos progressivos que não se reverteram em um novo curso para o governo ou para o partido. 

9. Bolsonaro e os militares golpistas foram tornados réus no STF e parte do capital financeiro aposta em Tarcísio ou outros para substituí-lo com mais eficácia contra os trabalhadores. Defendemos a prisão e expropriação de todos os golpistas, de ontem (1964-1985) e de hoje (2016-2023) e sobretudo de seus patrocinadores burgueses. Se não seguirmos com mobilizações maiores contra a anistia e pelos Interesses da classe trabalhadora, a burguesia logo orquestrará uma saída reacionária para a questão, de um bolsonarismo sem Bolsonaro. 

10. Como uma corrente marxista, o GET não se alinha com as posições esquerdistas que colocam um sinal de igualdade entre o governo Lula e os demais setores burgueses. O que coloca o governo Lula, com todas suas limitações, como o inimigo principal, favorecendo o golpismo e não dialogando com sua base social. O GET alerta que tanto a política de frente ampla como esse esquerdismo são variações de orientações do stalinismo que trouxe grandes males ao movimento comunista internacional.

11. O GET tem como ponto de partida a experiência dos erros e acertos de todos os movimentos revolucionários comunistas anteriores da história, em suas vitórias e derrotas, tanto no Brasil como no mundo. O GET defende a frente única anti-imperialista, a militância nas organizações de massa de trabalhadores, a luta de massas e orienta seus simpatizantes a travar a luta de classes dentro do Partido do Trabalhadores (PT) para que ele tome um rumo à esquerda, anti-imperialista e socialista. Como marxistas, participamos de todas as organizações políticas, sindicais e populares de massas constituídas pelos trabalhadores e setores oprimidos, apesar de suas direções e do processo de burocratizações presente nelas (PT, CUT, MST, CMP, UNE, UBES).

12. Lembrando a camarada Rosa Luxemburgo: “Não estamos perdidos. Ao contrário, venceremos se não tivermos desaprendido a aprender”. É preciso aprender cotidianamente com a realidade atual, com todas suas contradições, apesar da conjuntura adversa, hegemonizada pelo refluxo das lutas proletárias, pela profunda burocratização das entidades sindicais, pela crise de direção na luta dos trabalhadores, por golpes de Estado, lawfare, guerras híbridas, contrarrevoluções e guerras. É preciso construir células comunistas nos locais de trabalho, estudo e moradia para conscientizar, organizar e mobilizar nossas lutas pelo socialismo. O futuro pertence aos trabalhadores e trabalhadoras!!!!!!!

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