Como parte da jornada de mobilizações da jornada de lutas pela reforma agrária, famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), ocuparam na madrugada de domingo (6/4) terras improdutivas no Rio Grande do Norte, na Paraíba e Pernambuco para exigirem do governo Lulal o cumprimento da política de reforma agrária.

Cerca de mil famílias ocuparam a fazenda da empresa CopaFruit, localizada nas proximidades do Instituto Federal do Sertão de Pernambuco em Petrolina (PE), a terceira ocupação feita pelo MST no estado neste final de semana. Na região do Vale do Rio São Francisco, o MST aponta que 3 mil famílias acampadas aguardam a destinação de terras para a reforma agrária.

No município de Mossoró (RN), cerca de 200 famílias da brigada Chico Mendes ocuparam a fazenda experimental da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa), no município de Mossoró, desativada há mais de 3 anos. No estado do Rio Grande do Norte, 5 mil famílias estão acampadas enquanto aguardam a efetivação da reforma agrária nos territórios. O acampamento mais antigo, Cirilo de Oliveira Neto, aguarda há 18 anos pela titulação da terra. O MST aponta morosidade do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no processo de desapropriação de terras no estado: o último assentamento a ser criado no Rio Grande do Norte foi o Olga Benário, em 2009.

Na Paraíba, o movimento deu início às atividades do Abril Vermelho com a ocupação da Fazenda Carvalho, localizada no município de Solânea. Na Paraíba, o MST aponta que 2 mil famílias permanecem acampadas aguardando a destinação de terras, algumas delas há mais de 20 anos.

A concetração de terras no Brasil é um dos fundamentos da desigualdade social e do poder da burguesia agrária (agronegócio), a fração das classes dominantes que apoia a extrema direita. A reforma agrária faz parte da defesa de mais democracia para as massas do campo e da cidade.