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Geopolítica nos 5 primeiros meses de 2025

Geopolítica nos 5 primeiros meses de 2025

A conjuntura internacional mudou em relação às expectativas nesses primeiros cinco meses de 2025. O Comitê de Ligação pela Quarta Internacional (CLQI) tem algumas impressões a compartilhar sobre esse período:

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Declaração do CLQI

Trump não está sendo uma força centrípeta, mas centrífuga. Ele não está reconquistando o terreno perdido para a China no mercado mundial, não está unificando o sistema imperialista, nem contendo sua decadência. A Casa Branca está agindo nesse momento como uma força divisionista do próprio sistema imperialista, demolidora dos mecanismos de dominação do próprio estado imperialista estadunidense, mas recrudescendo a repressão política interna contra a esquerda e os setores oprimidos da população estadunidense, como os imigrantes trabalhadores. Além disso, ele está causando prejuízos à acumulação de capitais às Big Techs e aos outros conglomerados multinacionais.

Enquanto Washington aprofunda a crise de dominação no campo geopolítico e no mercado mundial, Tel Aviv tenta acelerar seus planos expansionistas, como como vanguarda do imperialismo e da islamofobia no ocidente asiático. Israel rompeu a trégua e está avançando para tentar esmagar a resistência em toda a Palestina ocupada, no Líbano e na Síria. Isso é terrível. Essa forma atual e pura do fascismo, expansionista e que recorre a todos os meios de aniquilação do inimigo, como o genocídio pela fome, está sendo mais eficaz que a guerra tarifária. Por isso, ainda devemos nos preparar para o pior. Trump pode ser superado por uma ala direita do MAGA mais sionista, como Bannon previu.

Os ESTADOS UNIDOS tiveram de recuar em seus planos sobre o Iêmen e o Irã. O Iêmen conseguiu estabelecer uma trégua com os ESTADOS UNIDOS, mas não com Israel. A trégua parece ter sido a iniciativa de Trump. Os ESTADOS UNIDOS tiveram problemas com perdas no Mar Vermelho. Além disso, os houthis ameaçaram retaliar os ESTADOS UNIDOS pelos ataques que sofreram, atacando a infraestrutura de produção de petróleo saudita. Parece ser por isso que Trump propôs a trégua ao Iêmen. Essa é outra razão pela qual Trump parece não estar tão interessado no envolvimento na Ásia Ocidental, precisa concentrar recursos da Ásia Oriental, mas não está conseguindo avançar.

Na Coreia do Sul, o golpe de estado foi derrotado pela jornada de manifestações populares. A Coreia do Sul, assim como o Japão, foram recentemente empurrados a estreitar seus laços com a China pela guerra tarifária de Trump.

Trump também tentou um envolvimento maior no Hindustão, provocando a guerra entre Paquistão e Índia, mas o sistema imperialista revelou-se ainda mais fragilizado para impulsionar uma terceira guerra mundial. Nas primeiras escaramuças da guerra, as armas chinesas, usadas pelo Paquistão, derrotaram as melhores armas francesas, usadas pela Índia. E esse primeiro ensaio militar de Trump contra a China, através da Índia, foi um fracasso completo e imediatamente Washington reorientou a Índia para a trégua.

No plano militar e tecnológico, a Coreia do Norte e o Irã se tornaram estados essenciais para a resistência, através dos drones iranianos e soldados norte-coreanos, na Rússia, no Iêmen e na África central. Depois de ajudar a Rússia a vencer os mercenários da OTAN em Kursk, a Coreia do Norte deslocou 700 soldados para Burkina Faso. Nesse valente país africano, Traoré acaba de impor uma reforma Agrária por decreto presidencial. Isso significa que a periferia dos BRICS está assumindo maior protagonismo anti-imperialista. A resistência global está avançando, aproveitando as fragilidades e contradições dos ESTADOS UNIDOS, aprofundadas por Trump.. É essa situação geopolítica que deve ser aproveitada pelos comunistas, na luta em defesa dos povos oprimidos, dos estados operários e pelo socialismo.

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