Maria Rita Queiroz

Cuidadoras se manifestaram em frente à Prefeitura na última terça-feira (8). Apesar da importância do trabalho que desempenham, recebem R$ 953 por mês. 

Majoritariamente constituído por mulheres, o segmento das cuidadoras, profissionais terceirizadas cuja atuação se dá no atendimento a crianças com deficiência na rede municipal de educação de Campinas, vem se organizando pela cobrança de direitos trabalhistas básicos como a instituição e o pagamento de um piso salarial, reajuste salarial, liberdade para a organização sindical e o fim das perseguições e intimidações às trabalhadoras que se posicionam contra os desmandos da empresa contratante.

Em dezembro de 2024, a Secretaria Municipal de Educação possuía um total de 5.916 funcionários, dos quais 3.700 já eram terceirizados e 200 estagiários remunerados. A escravização privatista da categoria avança através da contratação precária para fazer um serviço essencial para a população trabalhadora cujos filhos se encontram nas escolas públicas municipais.

Segundo relatos das profissionais, atualmente, elas recebem R$ 953 mensais, pela jornada de 6 horas diárias. O valor é menor do que o salário mínimo nacional. O valor bruto do salário, somados todos os benefícios, atinge R$ 1176,00, porém, ainda assim, fica muito abaixo do piso da categoria que é de R$ 1699,00.

Fundamentais para o desenvolvimento do trabalho pedagógico nas escolas, essas trabalhadoras organizaram um protesto no última dia 08 de abril, que aconteceu em frente ao Paço Municipal e contou com o apoio de diferentes mandatos legislativos municipais, entre os quais os das companheiras Guida Calixto (PT) e Fernanda Souto (PSOL), além de representantes da CUT/Campinas. O tema também tem sido debatido na Câmara Municipal de Campinas, por meio de denúncias e protestos, das trabalhadoras e das vereadoras.

Clique na imagem ao lado ou aqui para ir à página de Instagram da Vereradora Guida Calixto (PT) sobre a postagem.

O Grupo Emancipação do Trabalho (GET) defendeu dentro da Oposição Unidade e Luta e na Plenária da Educação da Campanha Salarial 2025 do Sindicato dos Trabalhadores do serviço público Municipal de Campinas a remunicipalização dos setores terceirizados, o que foi aprovado, enriquecendo o programa da OUL e a pauta da campanha salarial. Essa política supera a anterior que simplesmente se opunha a terceirização e a privatização sem dizer o que fazer com as trabalhadoras já terceirizadas de todos os setores (saúde, educação, adm), política que mantinha a divisão da categoria entre público e privado e, com justa razão, só criava hostilidade das terceirizadas (os) com a reivindicação de "fim da terceirização", reivindicada pela vanguarda da categoria.

O Grupo Emancipação do Trabalho, que se posiciona pelo fim dos processos de terceirização e de privatização no serviço público municipal e seguir na luta pela efetivação imediata de todas as trabalhadoras e trabalhadores que já prestam serviços terceirizados ao município, além da remunicipalização de todas as políticas públicas terceirizadas ou privatizadas, manifesta todo seu apoio às companheiras organizadas para a luta política que precisa continuar acontecendo pelo reconhecimento e valorização do seu trabalho, pela regulamentação de suas funções e pelo fim das perseguições às trabalhadoras que ousaram reivindicar melhores condições de trabalho.

Fontes: Portal Porque Campinas, @guidacalixtopt

Clique na imagem ao lado ou aqui para ir à página de Instagram da Vereradora Guida Calixto (PT) em audiência na Câmara Municipal denunciando a condição em que a empresa privada contratante das cuidadoras trata e mal paga essas trabalhadoras.